O Dia do Advogado é comemorado em 11 de agosto, data da criação do primeiro curso de Direito no Brasil: a Faculdade de Direito de São Paulo, inaugurada em primeiro de março de 1828, por iniciativa de D. Pedro I. Para celebrar a data, o Blog do Sebo Capricho convidou a advogada Rizzia Froes para contar sua história e compartilhar dicas de leitura. Rizzia é mineira, tem 15 anos de experiência internacional em sistema financeiro e atua também em Organizações Não Governamentais de direitos humanos. Atenta e sensível à realidade social brasileira, em 2020, durante a atual pandemia, ela criou uma roda de discussões com mais de 40 convidados para discutir assuntos importantes como racismo, empoderamento feminino, violência doméstica, intolerância religiosa, a evolução dos direitos LGBTQIA+, direitos humanos, mulheres na política e muitos outros. “Tive a oportunidade de trabalhar em várias instituições financeiras, escritórios internacionais e empresas do terceiro setor. Conquistei uma rede de relacionamentos bastante atuante com consciência social. Sei que quando nos juntamos aos bons você fica melhor. Graças a essas pessoas conheço vários grupos, acredito que cada pessoa que entra na sua vida traz histórias e experiências de vida que valem a pena ser trocadas”, conta ela, que atualmente vive em Nova Iorque (EUA). Ela conta que a principal inspiração de seu trabalho são as pessoas. “Acredito que na advocacia, com acesso às leis e a resoluções de conflitos, é possível tentar amenizar a dor do outro. Precisamos identificar os nossos privilégios e por meio disso favorecer aqueles que também são cidadãos, mas não têm as mesmas oportunidades”, avalia. Um dos principais desafios e inspirações de Rizzia é aproximar as pessoas por meio da linguagem jurídica ao explicar com clareza e proporcionar mais melhoria na vida dos que precisam. “O direito ainda é extremamente elitista e acredito que a conversa direta, com palavras comuns, tem o poder de atingir as pessoas. Quem nunca foi em um advogado e saiu de lá sem entender os próximos passos? Isso é muito comum e eu luto com todas as forças para que isso não aconteça. Além, é claro, de sempre resolver os problemas de maneira clara e eficiente. Mas, acima de todas as particularidades, eu apontaria a empatia ao ser humano como minha principal característica”, destaca. A advogada Rizzia Froes selecionou 5 livros essenciais para quem se preocupa com questões como feminismo, racismo e a manutenção da democracia. 1 - O mito da beleza - Naomi Wolf Esse clássico feminista de Naomi Wolf explica como o culto à beleza e à juventude das mulheres é uma prática incentivada pela sociedade patriarcal para manter o controle social das mulheres e evitar o avanço de ideiais relacionados à emancipação feminina. 2- Mulheres que correm com os Lobos - Clarissa Pinkola Estes Em Mulheres Que Correm Com os Lobos a autora identifica a essência da alma feminina, sua psique instintiva mais profunda, com o arquétipo da Mulher Selvagem, e propõe o resgate desse passado longínquo, como forma de atingir a verdadeira libertação. Ao abordar 19 mitos, lendas e contos de fada, como a história do Patinho Feio e do Barba-Azul, mostra como a natureza instintiva da mulher foi sendo domesticada ao longo dos tempos, num processo que punia todas aquelas que se rebelavam. 3 - Minha Carne- Preta Ferreira O livro traz um relato sobre a prisão injusta da autora, com histórias sobre os longos dias do cárcere, os processos pelos quais passou, as etapas do sistema prisional, os trâmites jurídicos, as emoções que viveu e o que ouviu de outras mulheres com quem compartilhou esse tempo. 4-Quem tem medo do feminismo negro?- Djamila Ribeiro O livro tem um ensaio autobiográfico inédito e seleção de artigos publicados pela filósofa e militante Djamila Ribeiro no blog da revista Carta Capital entre 2014 e 2017. Por meio ddas memórias de infância e adolescência, ela discute o “silenciamento”, processo de apagamento da personalidade por que passou por consequência da discriminação. 5- Como as democracias morrem- Steven Levitsky e Daniel Ziblatt Esse livro traz uma análise crua e perturbadora do fim das democracias em todo o mundo. Os autores são professores da universidade de Harvard e, para entender a eleição de Donald Trump, comparam o caso com exemplos históricos de rompimento da democracia no último século, passando por Hitler e Mussolini nos anos 1930, pela atual onda populista de extrema-direita na Europa e pelas ditaduras militares da América Latina dos anos 1970. Quebra de barreiras
Dicas de leitura