Em novembro, o Brasil celebra o Dia da Consciência Negra, uma data que não é apenas um feriado nacional, mas um convite a refletir sobre o impacto histórico e atual da cultura negra em nossa sociedade. A data, marcada no dia 20 de novembro em memória de Zumbi dos Palmares, traz à tona uma pauta essencial: discutir temas como racismo, identidade e representatividade desde a infância, para que o respeito às diferenças e o reconhecimento das contribuições da comunidade negra façam parte da formação de todos.

Origem do Dia da Consciência Negra

O Dia da Consciência Negra foi oficializado em 2003 e tornou-se feriado nacional em várias cidades em 2011. A data escolhida, 20 de novembro, remete à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, figura histórica que liderou o Quilombo dos Palmares, uma das maiores comunidades de resistência negra formadas por escravizados fugidos no Brasil colonial. 

Zumbi foi assassinado em combate, mas deixou um legado de luta pela liberdade e pela justiça, tornando-se símbolo de resistência para a população negra brasileira.

Desde então, o Dia da Consciência Negra se tornou uma oportunidade para o país refletir sobre as raízes do racismo estrutural e a valorização das heranças culturais africanas, que, mesmo com séculos de repressão, continuam a enriquecer a identidade brasileira. A data também lembra que essa resistência ainda se faz necessária nos dias de hoje, pois os desafios para a plena igualdade racial permanecem.

Livros sobre consciência negra para ler com as crianças

Pensando na importância de expandir essas discussões para todas as idades, reunimos uma seleção de livros que introduzem as crianças aos valores de autoestima, respeito à diversidade e orgulho da própria história. Esses livros, todos escritos por autores negros, são um ponto de partida para abordar temas como pertencimento, aceitação e o combate ao preconceito.

Aqui estão cinco livros que ajudam a introduzir a questão racial no universo infantil:

"Amoras" – Emicida
O rapper Emicida traz uma história simples e poética sobre autoestima, mostrando o valor da negritude para o público infantil.

 "Meu Crespo é de Rainha" – Bell Hooks
Um livro infantil ilustrado que celebra o cabelo crespo e o orgulho da identidade negra. Com uma linguagem acessível, é uma ótima leitura para fortalecer a autoestima.

 "Menina Bonita do Laço de Fita" – Ana Maria Machado
Esta história aborda a beleza da pele negra e foi ilustrada com sensibilidade para que crianças se vejam nas personagens. Um clássico infantojuvenil de representatividade.

 "O Pequeno Príncipe Preto" – Rodrigo França

Uma versão inspirada do clássico, trazendo temas de empoderamento e representatividade com um jovem príncipe negro em uma jornada de autoconhecimento.

A Cor da Ternura" – Geni Guimarães

Esse romance autobiográfico narra a infância de uma menina negra em um ambiente de preconceito e discriminação, sendo inspirador para jovens leitores.